sexta-feira, 14 de janeiro de 2011






ETEVALDO NOGUEIRA LIMA

08.07.1932 – 22.03.2009

                                        
                                         

                                          Partiu desta vida para a eternidade, ou como diziam os antigos, faleceu da vida presente de doença que Deus lhe deu, já que o espírito é imortal, o Dr. ETEVALDO NOGUEIRA LIMA, nascido na aprazível cidade de Pedro II, no vizinho Estado do Piauí, a 08.07.1932 e falecido em São Paulo, no Hospital Sírio-libanês no dia 22 de março deste ano de 2009, onde se achava internado.
                                        O pranteado e saudoso homem público saiu da terra que lhe serviu de berço, isto é, de Pedro II para o Ceará, ainda muito jovem, ou seja, aos 14 anos, mais precisamente em 1946, com a finalidade de concluir os Cursos Ginasial e Científico, o que lhe permitiu ingressar na hoje centenária Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, tornando-se Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais em 1961, juntamente com outros moços que como ele se tornariam figuras de real relevo nesta unidade da Federação, que adotou como sua, tendo recebido a cidadania alencarina em 1971.
                                        Com efeito, destacando deliberadamente a Magistratura, integraram a Turma de 1961, Júlio Carlos de Miranda Bezerra, Carlos Facundo, José Maria de Melo, Edmilson da Cruz Neves, José Hélder de Mesquita e Antônio Mário Cardoso, os quatro primeiros Desembargadores do egrégio Tribunal de Justiça do Ceará e os últimos, Juízes de Direito de Fortaleza, tendo exercido a Presidência do TJCE tão-só os três primeiros. Fizeram parte também da dita turma, Irisman Alves Cidade e Francisco Tarcísio Guedes Limaverde, ambos Desembargadores e ex-presidentes do colendo Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, sem falar no Bacharel Renato Aragão, humorista de indiscutível prestígio no nosso País, cuja fama já ultrapassou os limites do Brasil.

                                         Nascido no seio de uma das mais distintas famílias piauienses, particularmente, de Pedro II, tendo recebido de seus pais, Manoel Nogueira Lima (comerciante) e D. Maria de Lourdes Lima, o amor para com a atividade empresarial, quanto pela política, tanto que seu genitor além de ter sido Prefeito de sua terra natal de 1930 a 1934, desta saindo para ocupar o cargo de Deputado Estadual, (deixando em seu lugar na Prefeitura, o irmão Joaquim Nogueira Lima), para o qual foi eleito, tornando-se conseqüentemente signatário da Constituinte do Piauí (1935), cujo mandato foi cassado na Ditadura Vargas, durante o Estado Novo, voltando à Assembléia para cumprir mais dois mandatos, de 1950 a 1958.
                                 
                                     O destino de Etevaldo Nogueira Lima não poderia ser outro, senão aquele que o acompanhou ao longo de sua profícua e eficiente existência, quer na vida empresarial, quer na arte de fazer Política, diante da desenvoltura familiar, quanto dos seus colegas da vetusta Faculdade de Direito, dois dos quais chegaram a exercer interinamente a Governadoria, ao tempo em que ocuparam a Chefia do Poder Judiciário: Júlio Carlos de Miranda Bezerra e José Maria de Melo.

                                  Como empresário, atuou nos setores comercial e de exportação, assim como nas áreas da construção civil e de comunicação via radiodifusão. Durante os anos de 1975 a 1978 exerceu a vice-presidência da Federação do Comércio Atacadista do Estado do Ceará, tendo nesse período, exercido o cargo de Diretor Administrativo do extinto Banco do Estado do Ceará-BEC e o de Delegado Regional do Trabalho.
                                  Foi também Comodoro do Iate Clube de Fortaleza, de 1978 a 1985, tendo nesta qualidade comemorado as Bodas de Prata do prestigiado Clube de nossa Capital (1979), a par de ter presidido igualmente o Ferroviário Atlético Clube.

                                  Por não menos de três vezes foi alçado ao cargo de Juiz do Trabalho, na categoria de Classista, exercendo nesses períodos o mister que lhe foi confiado com proficiência e zelo.

                                                            Etevaldo Nogueira, nome pelo qual ficou conhecido em nosso Estado, começou a sua trajetória política ao tempo da ditadura militar, ou seja, de 1964 a 1985, sendo eleito e reeleito Deputado Estadual pela então Aliança Renovadora Nacional - Arena, depois substituída pela sigla PDS – Partido Democrático Social no lapso compreendido entre os anos de 1978 e 1986. Logo depois foi eleito para as legislaturas de 1986 a 1994, para o relevante cargo de Deputado Federal. Uma vez extinto o regime de exceção, em decorrência da abertura política, filiou-se ao Partido da Frente Liberal - PFL, hoje sob a denominação de Democratas-DEM.

                                    Ao ensejo da Assembléia Nacional Constituinte, 1987 a 1988, teve marcante participação, tendo encabeçado, dentre outras, a luta pela autonomia do Ministério Público brasileiro, bem como para que os Desembargadores e Juízes Estaduais fossem nomeados e promovidos pelos respectivos Tribunais de Justiça, certamente para evitar as injunções de natureza política, daí advindo o respeito e a admiração dos Magistrados de Carreira, máxime junto à Associação Cearense de Magistrados – ACM, da qual era sócio e a bem da verdade, um de seus grandes benfeitores.

                                  Poucos foram os Parlamentares cearenses de nascimento ou por adoção que se destacaram, como Etevaldo, tirante, naturalmente, o seu ilustrado conterrâneo, Professor Flávio Portela Marcílio, que foi Governador do Ceará e três vezes Presidente da Câmara dos Deputados. Afora este nenhum outro teve a ventura de ser escolhido Conselheiro da República Federativa do Brasil, fato que por si só, é suficiente para inscrever o seu honrado nome  nos Anais do Ceará e da República.

                                  Etevaldo Nogueira Lima teve como esposa, D. Marly Pinheiro Nogueira Lima, de tradicional família cearense, com quem se casou ainda Acadêmico de Direito, no ano de 1958, de cujo enlace houve seis filhos, sendo quatro mulheres e dois homens, que lhe deram nada menos de 18 netos, a seguir relacionados:

                                  Silvana, Karla, Magno, Rosele e Haroldo Diogo; Etevaldo Filho e Roberta; Patrícia e Fábio Leite; Helano Júnior, Thiago, Maria Carolina, Carlos Eduardo, André, Lucas, Manoela, Camila, João Pedro; Rodrigo, Raphael, Leonardo; Nathália, Isabela; Bruno, Fábio Neto, Maria Beatriz e João Paulo, netos.
                                 
                                  Etevaldo não obstante os seus 76 anos era o Diretor Presidente da Construtora Marte, uma das mais importantes do Estado e, segundo o insuspeito depoimento do neto Thiago, nunca deixou de comparecer ao escritório da empresa, estando em Fortaleza, tamanho o seu amor pelo trabalho.
                                   
                                  Os jornais de nossa Capital, com circulação em todo o Estado do Ceará, pela ordem de antiguidade, O POVO, O ESTADO e o DIÁRIO DO NORDESTE, deram ampla cobertura ao infausto acontecimento, divulgando ainda, como era de se esperar os aspectos mais significativos de sua atividade empresarial, política, social e  familiar, haja vista o prestígio de que desfrutava perante a coletividade, o mesmo acontecendo com as Emissoras de Rádio e Televisão, o que igualmente foi feito em diversas páginas na Internet, inclusive da Associação Cearense de Magistrados e, naturalmente, da Assembléia Legislativa do Ceará, onde o corpo foi velado com a participação de todos os seus amigos, correligionários, servidores e da população em geral.

                                  A imprensa de sua terra Natal, Pedro Segundo, também divulgou por todos os meios de comunicação, a lamentável perda:

                                  Morre em São Paulo o empresário Etevaldo Nogueira
Pedro II perde um dos seus filhos ilustres. Faleceu em São Paulo, aos 76 anos, Etevaldo Nogueira Lima - um dos maiores empresários do Ceará.  Deputado estadual por dois mandatos, deputado federal por quatro mandatos, constituinte de 1988, membro titular do Conselho da República, delegado regional do trabalho no Ceará, dentre tantos outros cargos que exerceu, Etevaldo Nogueira deixa um exemplo de homem probo e um legado de bom caráter, de honestidade e um exemplo de vida. "A família Nogueira perde um de seus mais ilustres membros. Todos nós pedrossegundenses comungamos deste sentimento de perda e, queremos levar à família enlutada o nosso apoio neste momento difícil", lamenta o radialista Silva Lopes.
                                               O Prefeito de PEDRO II decretou luto oficial de três dias pelo falecimento de Etevaldo Nogueira, veja-se:
                                 Prefeito decreta luto oficial pela morte de Etevaldo Nogueira
                                                O prefeito Alvimar Martins decretou luto oficial pela morte do empresário Etevaldo Nogueira (76). Ele era empresário, e teve forte atuação política no Ceará, apesar de ser natural de Pedro II, no Piauí. Nascido no dia 8 de julho de 1932, era filho de Manoel Nogueira Lima e Maria de Lourdes Lima. Mudou-se para Fortaleza em 1946 para cursar Direito pela Universidade Federal do Ceará, de onde saiu bacharel em 1961. Casou-se com Maria Marly Nogueira Lima. Os dois tiveram quatro filhas, dois filhos e 18 netos. O corpo do ex-deputado federal está sendo velado na Assembléia Legislativa do Ceará, em Fortaleza. O corpo será cremado no forno do Cemitério Jardim Metropolitano, em Eusébio (Região Metropolitana).
                                               O Deputado Federal Ciro Nogueira, cujo pai também foi Deputado Federal pelo Piauí, falando à imprensa de seu estado, sobre a perda irreparável do tio, afirmou:
                                  O deputado Ciro Nogueira comentou, com profundo pesar, a morte do ex-deputado federal Etevaldo Nogueira Lima, seu tio, ocorrida na madrugada deste domingo (22), em São Paulo. Etevaldo Nogueira, que tinha 76 anos, era empresário, presidente da Construtora Marte, e teve forte atuação política no Ceará, apesar de ser natural do município de Pedro II, no Piauí.
                                           “É uma grande perda. Etevaldo Nogueira não era apenas um tio, foi sobretudo um grande amigo, que, dentre muitas lições, me ensinou  a ser comprometido com o  Estado  do Piauí ”, afirmou Ciro.
                                                       Ciro Nogueira disse que a “família Nogueira perdeu um de seus mais ilustres membros e o Brasil perde um homem íntegro que se preocupava com os interesses do povo brasileiro”. Ciro, quando Segundo-Secretário da Câmara dos Deputados, no ano passado, homenageou os ex-segundos - secretários da Casa e um dos homenageados foi Etevaldo Nogueira.
                                  Depois de submetido o seu corpo ao ato crematório no Cemitério Jardim Metropolitano, suas cinzas serão levadas para a sua cidade natal Pedro II, em obediência a expresso desejo seu.
                                  A Missa de Sétimo Dia, considerada privilegiada pela Igreja Católica, foi bastante concorrida, tendo sido celebrada na Igreja de Nossa Senhora de Lourdes, pelo Monsenhor Dourado, na noite de ontem, 30.03.09, às 19:00 horas, pelo mesmo sacerdote que oficiou a missa de corpo presente na veneranda Assembléia Legislativa. Na entrada da Igreja foi distribuído o livrinho de praxe, onde havia uma parte destacável, destinada às mensagens do público presente.
                                  Durante a celebração houve diversas manifestações dos familiares, ressaltando os aspectos mais relevantes do saudoso empresário e político, tendo representado os seus amigos o Dr. Luís Marques, ex-Prefeito de Fortaleza e ex-Deputado Federal, além de se achar inserida no livrinho a carinhosa, fraternal e comovente mensagem do amigo mais íntimo, Edson Ventura.

                           Todos os seus amigos, entre os quais se inclui o articulista, são unânimes em afirmar que Etevaldo Nogueira Lima dada a sua decência e probidade, quer como cidadão, empresário, político, quer ainda como esposo, pai e avô dedicado, na verdadeira acepção de tais palavras, já se encontra na morada eterna, desfrutando do lugar reservado aos justos, certeza que conforta a sua estimada esposa e seus familiares.
                                 
                   

Ademar Mendes Bezerra
Presidente da Associação Cearense de Magistrados

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